Os nomes de lugares (estudados pela Toponímia) são preciosa fonte de estudos linguísticos, históricos, geográficos, etc., estudos pouco divulgados no Brasil. O curso de Letras da Universidade de São Paulo oferece regularmente as disciplinas Toponímia Geral e do Brasil, ministradas por mim.
Este blog tem pelo menos dois objetivos: facilitar minha comunicação com meus alunos (graduação e pós-graduação) e proporcionar a divulgação da disciplina, assim como da onomástica, fora do ambiente acadêmico.
Conceito de Toponímia - Primeiros passos do programa
Olá a todos!
A esta altura, já temos pelo menos duas aulas dadas, e alguns conceitos lançados. Abri este tópico para que possam participar com dúvidas e sugestões, além de comentários.
Tenho uma dúvida com relação ao elemento específico simples. Pelo que eu me lembro, na aula de 2ª foi apresentado como exemplo de topônimo simples "Santo André". Isso significa que quando Dick ("A estrutura e as funções do signo toponímico", p.13)fala em formante não se deve entender uma única palavra, e sim um significado único?
"o elemento específico simples é aquele que se faz definir por um só formante (seja substantivo ou adjetivo, de preferência)"
São Paulo e São Vicente também seriam topônimos simples e São Caetano do Sul composto?
Como eu comentei em aula, é uma questão polêmica, sim. O critério adotado, neste caso dos hagiotopônimos, pauta-se realmente no significado. Por outro lado, é importante ressaltar que a "Coletânea" é uma recolha de artigos que, na maior parte dos casos, está vinculada a uma proposta maior, a tese de doutoramento de DICK (A motivação toponímica e a realidade brasileira; cf. a bibliografia do curso). Isso quer dizer que a estrutura do topônimo objetivava, naquele momento, uma tese cujo principal objeto era a proposta de um modelo taxionômico (ou uma classificação semântica). Basta, pois, olhar diversas propostas metodológicas de diversos autores (muitos deles estão disponíveis em nosso grupo no Yahoo) para conferir as mais diversas proposições. Por ora, pois, os nomes de santos seriam uma exceção, se você encarar como a construção Adj+S (Santo André)"dois formantes". Do ponto de vista semântico é um único bloco. Até porque o "padrão" mais frequente na toponímia brasileira é S+A. Outros casos - por exemplo, o município de Poço Branco (RN)e o de Rio Branco do Ivaí (PR)são, ambos, compostos. É um tópico, sem dúvida, a ser revisto. Um abraço!
olá professora, moro em sergipe, na cidade de lagarto, etou fazendo minha monografia sobre a motivação toponimica do meu municipio e dos seus povoados, estou sentindo muita dificuldade pois não consegui ainda nenhum livro de dick, tenho acesso apenas a algumas teses orientadas por ela, adorei conhecer o seu blog.gostria de tirar uma dúvida: um signo toponimicio é um signo linguistico? se muitos autores dizem que ele não tem significado
5 comentários:
Professora,
O blog ficou ótimo. Temos certeza que será muito acessado, pois a disciplina é extremamente interessante.
Obrigada!
Tenho uma dúvida com relação ao elemento específico simples.
Pelo que eu me lembro, na aula de 2ª foi apresentado como exemplo de topônimo simples "Santo André". Isso significa que quando Dick ("A estrutura e as funções do signo toponímico", p.13)fala em formante não se deve entender uma única palavra, e sim um significado único?
"o elemento específico simples é aquele que se faz definir por um só formante (seja substantivo ou adjetivo, de preferência)"
São Paulo e São Vicente também seriam topônimos simples e São Caetano do Sul composto?
Olá, Adriana.
Como eu comentei em aula, é uma questão polêmica, sim. O critério adotado, neste caso dos hagiotopônimos, pauta-se realmente no significado. Por outro lado, é importante ressaltar que a "Coletânea" é uma recolha de artigos que, na maior parte dos casos, está vinculada a uma proposta maior, a tese de doutoramento de DICK (A motivação toponímica e a realidade brasileira; cf. a bibliografia do curso). Isso quer dizer que a estrutura do topônimo objetivava, naquele momento, uma tese cujo principal objeto era a proposta de um modelo taxionômico (ou uma classificação semântica).
Basta, pois, olhar diversas propostas metodológicas de diversos autores (muitos deles estão disponíveis em nosso grupo no Yahoo) para conferir as mais diversas proposições.
Por ora, pois, os nomes de santos seriam uma exceção, se você encarar como a construção Adj+S (Santo André)"dois formantes". Do ponto de vista semântico é um único bloco. Até porque o "padrão" mais frequente na toponímia brasileira é S+A. Outros casos - por exemplo, o município de Poço Branco (RN)e o de Rio Branco do Ivaí (PR)são, ambos, compostos.
É um tópico, sem dúvida, a ser revisto.
Um abraço!
olá professora, moro em sergipe, na cidade de lagarto, etou fazendo minha monografia sobre a motivação toponimica do meu municipio e dos seus povoados, estou sentindo muita dificuldade pois não consegui ainda nenhum livro de dick, tenho acesso apenas a algumas teses orientadas por ela, adorei conhecer o seu blog.gostria de tirar uma dúvida: um signo toponimicio é um signo linguistico? se muitos autores dizem que ele não tem significado
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